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O que você precisa saber para começar seu negócio ainda na faculdade

Especialistas dão dicas de como tirar sua ideia do papel. Não existe receita pronta, mas  eles apontam que o sucesso depende de vários fatores

Você sabia que uma das startups mais famosas do mundo surgiu dentro de uma faculdade? Quando Mark Zuckerberg e Eduardo Saverin criaram o Facebook, eles ainda eram alunos da Universidade de Harvard. Aqui no Brasil, são inúmeros os exemplos de ideias bem sucedidas de estudantes. O Buscapé, por exemplo, foi idealizado por Romero Rodrigues, Rodrigo Borges e Ronaldo Takahashi, na época em que estudavam na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Lá na Federal de Itajubá, em Minas Gerais, Leandro Morais queria um lugar que entregasse comida de madrugada. Nascia, assim, o Entregador, negócio que, mais tarde, seria comprado pelo Peixe Urbano e, hoje, chama-se, Peixe Urbano Delivery. E o cenário das startups, no Brasil, é animador. Segundo dados da Associação Brasileira de Startups (ABstartups), o setor vive uma fase pujante. De 2015 até 2019, o número de startups no país mais que triplicou, passando de 4.151 para 12.727 (um salto de 207%).

A entidade aponta, ainda, que atualmente o Brasil tem uma posição relevante no cenário mundial. O país está no top 10 em número de startups, com 11 unicórnios – negócios que têm valor de mercado de mais de um bilhão de dólares – e algumas promessas com grande potencial de crescimento. Com isso, tem atraído para a América Latina, olhares de fundos de investimento e grandes corporações internacionais.

Fonte: Startupbase

Não basta uma ideia brilhante

A universidade oferece um cenário ideal para novas ideias. O empreendedorismo, inclusive, tem sido incentivado dentro das instituições de ensino superior por meio de incubadoras de startups e projetos que ensinam como administrar um negócio.

Antes de tudo, calma! Não existe uma receita de bolo pronta para criar uma startup. Mas existem caminhos que você poderá seguir que podem aumentar as chances de sucesso do seu futuro negócio. Uma das dicas do CEO do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), Max Stabile, é “não invista toda a sua energia em uma startup“.

Você deve estar se perguntando: como assim? Para explicar, Max faz uma comparação com os anos 80. Naquela época, todo mundo criava uma banda de rock na garagem e acreditava que seria um sucesso. “No fundo, esqueceram de mencionar o poder de distribuição, investimento que alguns poucos canais de TV como a MTV, por exemplo, fizeram”, diz.

E o que tem a ver as startups com as bandas dos anos 1980? Tudo! Muitos vão criar uma startup, mas o êxito não virá, apenas, de uma ideia brilhante. “O sucesso empresarial também depende de elementos extras como a capacidade de criar redes de relacionamento com outros empresários e ecossistemas”, explica Max.

Mão na massa

Amanda é membro da Comissão Especial de Empreendedorismo do CRA RJ

Quer criar uma startup e não sabe por onde começar? A consultora de Projetos da WAAH! e coordenadora Geral do Centro Empreendedor Universitário (CEU), Amanda Eloi da Silva, vai te ajudar nessa missão.

“A principal dica que costumo dar aos estudantes é, antes de mais nada, ter um planejamento de curto a longo prazo do que pretende alcançar com seu negócio e testar todas as ideias, antes de colocar para rodar no mercado”, ensina a administradora. Ela ressalta, ainda, que uma startup traz muitos desafios. “É preciso ter muita dedicação, autonomia e arriscar, acima de tudo, com bastante conhecimento do mercado que pretende atuar”, explica a administradora.

A ideia é boa, mas você não tem recurso? Amanda conta que existem diversos fundos para se conseguir financiamento. “Algumas startups recorrem a instituições financeiras, a maioria recebem de família e amigos (poupança), capitais de risco (venture capital), de investidores anjo e aceleradora que, além de oferecer recursos financeiros, oferecem todo um suporte para orientar a startup para melhor se colocar no mercado”, ensina.

Nesse processo de criação de uma startup, a faculdade tem um papel fundamental. Amanda afirma que elas devem “incentivar os alunos a buscarem, cada vez mais, desenvolver modelos de negócios capazes de sanar dores reais da sociedade”. Além disso, a academia deve apoiar as ideias dos alunos dando o suporte necessário para que a ideia saia do papel. O incentivo deve vir por parte dos professores e da oferta da própria estrutura da faculdade, como laboratórios, para que o aluno possa fazer testes para viabilidade do negócio.

“Ou seja, o papel da faculdade nesse processo é ser facilitadora na implantação dessas ideias no mercado, oferecendo suporte e apoio necessário conforme as demandas dos ‘negócios’ de seus alunos”, diz a administradora.

Muito mais que um contatinho: parceiro de negócio

As redes de relacionamentos citadas por Max também são essenciais. Nessa caminhada empreendedora, fazer parte de uma comunidade é um facilitador desse processo. Segundo a ABstartups, as comunidades não são apenas um conglomerado de startups em uma mesma região. Elas são redes de apoio que ajudam a engajar, gerar oportunidades e potencializar o desenvolvimento do negócio.

Para se ter ideia da importância da rede de contatos, a ciência conseguiu provar que, quanto maior o tamanho da rede de relacionamento, maior o sucesso do negócio. O estudo foi feito por um dos maiores cientistas de networking, Ronald Burt.

No gráfico que ele desenvolveu, fica claro que, quanto mais você for a ponte entre pessoas que não se conhecem, maior será seu sucesso profissional. Segundo o pesquisador, a conexão entre grupos de amigos diferentes é essencial, pois permite que mais ideias chegam até você. O resultado disso é que você terá mais oportunidades de negócio.

Por Ana Graciele Gonçalves

Fonte: ASCOM CFA