De acordo com levantamento feito pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem cerca de 18,6 milhões de pessoas com algum tipo de transtorno de ansiedade. O estudo revelou que, se comparado com outros países, os brasileiros são os mais ansiosos do mundo. Os dados são preocupantes e, para promover o debate sobre o assunto e estimular as pessoas a buscarem ajuda profissional para tratar este e outros transtornos mentais, o Conselho Federal de Administração (CFA) criou a série “Mente: sua aliada no desenvolvimento profissional”.
Desde o início do ano, o projeto idealizado pela Câmara de Comunicação e Marketing da autarquia e desenvolvido em parceria com o psicólogo e mestre em Ciências da Saúde, Wagner Costa, já abordou diversas questões ligadas à saúde mental. Em novembro, a ansiedade entrou em pauta e, para aprofundar a questão e responder as perguntas do público, o CFAPlay realizou, na tarde desta segunda-feira, 6, a live “Medo e ansiedade não são a mesma coisa”.
Na oportunidade, o jornalista Paulo Melo conversou com o psicólogo, que destacou a diferença entre elas. “A ansiedade é uma reação normal em resposta a qualquer situação considerada perigosa ou estressante. Ou seja, todas as vezes que você se sentir ameaçado, preocupado ou em risco, seu cérebro vai gerar uma mistura de medo, nervosismo e inquietação para lhe avisar que alguma coisa está prestes a acontecer pode ser prejudicial a você”, explicou.
Quando normal, a ansiedade pode ser benéfica para a pessoa, aumentando suas chances de êxito. O problema, contudo, está quando os sintomas são intensos, desproporcionais e prolongados. Wagner conta que, nessas situações, o organismo manifesta sinais como palpitação cardíaca, suor excessivo, tonturas e dores abdominais. “Existem outros sintomas, mas esses são os mais comuns”, acrescentou o psicólogo.
Em alguns casos, as reações da ansiedade podem ser confundidas com o medo. Por isso, é preciso saber quais as diferenças para saber lidar com elas. O medo, segundo Wagner, é quando a pessoa sabe a origem da sua apreensão. É o caso do receio de altura, de andar de moto, de cachorro, por exemplo. “A ansiedade é um sentimento difuso. Há o medo, mas não sabemos a origem dessas sensações”, detalhou.
Wagner deu mais detalhes sobre cada um desses problemas e respondeu os questionamentos do público. O psicólogo recomendou que as pessoas busquem ajuda quando perceberem que estão muito ansiosas. O tratamento, em alguns casos, tem que ser multidisciplinar: além do medicamento recomendado pelo psiquiatra, é preciso buscar psicoterapia e uma atividade física. “As pesquisas mostram que as três coisas funcionam melhor quando realizadas juntas”, esclareceu.
Para quem sofre de ansiedade, o psicólogo recomenda, ainda, que a pessoa busque se observar por meio de anotações em uma agenda. Desta forma é possível identificar situações que podem desencadear uma crise de ansiedade. Além disso, Wagner orienta usar com moderação as redes sociais, desabilitar as notificações do celular, ler livros, saber dizer não, meditação e respiração, e buscar alguma atividade prazerosa como música.
Ao final, Wagner mostrou para o público suas habilidades com o violão. “A música faz conexões e faz o cérebro funcionar. Quando você ouve música, o seu cérebro se integra e os cientistas falam que tocar um instrumento musical é uma das atividades que mais cria movimentos cerebrais”, relatou o psicólogo.
Para conferir a live na íntegra, clique aqui.
Fonte: Ana Graciele Gonçalves