Setor cresce no Brasil e atende aos necessitados vítimas da desigualdade, da vulnerabilidade, do desemprego e da pandemia
Os últimos dois anos (2020 e 2021) têm sido um divisor de águas em relação ao novo contexto socioeconômico que surgiu durante a pandemia. A lógica de trabalho mudou com o Home Office, a internet ganhou posição de destaque no comércio, e as empresas precisaram ressignificar seus papéis diante de uma sociedade mais exigente e disruptiva.
Foi em tal cenário que o empreendedorismo social ganhou força e destaque. Embora ele já existisse muito antes da pandemia, foi durante a crise econômica e sanitária — e impulsionado pelo desemprego —, que ele teve crescimento expressivo e fez a população e as instituições do país se readequarem à nova realidade.
A lógica do desenvolvimento econômico baseada apenas na tecnologia (Quarta Revolução Industrial) ruiu. Agora as empresas e a sociedade buscam entender o que virá no pós-pandemia, e o novo conceito de empreendedorismo parece ser, senão a resposta, ao menos indica ser um dos caminhos possíveis e viáveis.
Segundo o administrador e pesquisador, André Schelini, o empreendedorismo social pode ser entendido como a oferta de produtos e serviços que tem como foco principal a resolução ou minimização de problemas sociais. Atua junto a setores mais vulneráveis ou fragilizados da sociedade, em áreas como educação, saúde, alimentação e meio ambiente.
Schelini explica que além do lucro, o objetivo do modelo de negócio é gerar transformação nas comunidades em que estão inseridas. O faturamento adquirido é investido em ações que possam aumentar o impacto social e promover bem-estar ao público-alvo.
“Neste modelo, o mais importante é o equilíbrio entre propósito e o negócio. O empreendedorismo social trabalha com duas vertentes: 1) a de instituições que empreendem por meio de projetos e programas, e os utilizam como ativos econômicos para dar sustentabilidade às suas ações; e 2) aquela que considera os negócios lucrativos que impactam positivamente em determinados locais e gera prosperidade”, resume.
Valores
Já de acordo com a doutora em Administração Ana Clarissa Zanardo, professora da PUC-RS, os empreendedores sociais identificam soluções práticas para problemas sociais e também combinam inovação e oportunidade. Sua primeira preocupação é a criação de valor já no momento em que identifica os gargalos, depois, constrói a resolução em conjunto com a comunidade.
A premissa de colaboração entre os envolvidos na criação da solução, segundo ela, também favorece um ambiente no qual as pessoas compartilham experiências e aprimoram as ideias, de forma constante. “É também um ambiente que gera diversidade de visões de mundo e talentos que precisam ser aproveitados”, diz.
A professora destaca que o empreendedor social, assim como seus pares de outros setores, deve buscar a sustentabilidade do negócio. Por isso, a solução criada deve ser economicamente viável para gerar resultados sociais que promoverão a melhoria de vida dos impactados pela instituição.
Benefícios
Ainda segundo Ana Clarissa, o principal objetivo do empreendedor social é a melhoria da qualidade de vida nas comunidades em vulnerabilidade social. Isso só acontece com a expansão e apoio à economia local e o acesso a produtos e serviços que antes não existiam.
“Os negócios dessa modalidade buscam a inclusão produtiva de pessoas que estavam à margem da sociedade, gerando um ciclo virtuoso de desenvolvimento e bem-estar social. Essa nova forma de pensar é importante e urgente, sobretudo, diante da desigualdade que foi ainda mais acentuada, no Brasil, pela pandemia de Covid-19”, ressalta.
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Fonte: Leon Santos (Assessoria de Comunicação CFA).