Gerente de relacionamento médico sênior da United Health Group-Brasil, Jacqueline Rossi foi a entrevistada da RBA edição 136. Ela falou sobre o universo da gestão de Saúde, sobretudo, em tempos de pandemia e destacou as potencialidades de empregabilidade do setor.
Profissional renomada, Rossi falou sobre as principais diferenças entre a gestões hospitalar pública e privada, que vão muito além das questões legais que rege cada uma delas. Ela também sinalizou possíveis soluções, em gestão, para enfrentar o colapso na Saúde e apontou o que podem ser as principais tendências do setor – na atualidade e também pós-pandemia.
Leia, abaixo, a segunda parte da entrevista.
Quais são as principais tendências no segmento de gestão hospitalar que têm sido aplicadas no mundo, mas ainda não são exploradas ou pouco exploradas no Brasil?
Em saúde, as inovações representam a aplicação de novos conhecimentos que podem aparecer de forma concretamente incorporadas: tanto em um equipamento, dispositivo ou medicamento, como também podem representar ideias, na forma de novos procedimentos ou de reorganização dos serviços. Temos muitas iniciativas fantásticas em nosso país, ainda pouco difundidas, e outras pouco exploradas.
Um exemplo seria a utilização de robôs em cirurgias ou o uso de smartphones para realização de exames e acompanhamento de saúde. Há, ainda, o cultivo laboratorial de células para formação de órgãos, ajudando na questão dos transplantes, entre outras milhares de iniciativas. Na maioria das vezes, em razão dos valores elevados, o acesso a essas novas tendências é o principal entrave para chegar e ser utilizada no Brasil.
No âmbito da gestão hospitalar ou da administração em si, quais áreas que ainda há boas oportunidades de trabalho e por quê?
Dentro da gestão hospitalar, eu diria que todas as áreas são encantadoras e gratificantes. Se você tiver compaixão e amor pelo que faz, terá sucesso garantido.
Por outro lado, pensando em um futuro não tão distante, e considerando o perfil e aptidão da pessoa, sugiro investir nas áreas relacionadas à inovação tecnológica ou novos negócios, tais como telemedicina, experiência do paciente e jornada do médico. Outras áreas com grande potencial são logística, distribuição de insumos e áreas que você tenha a oportunidade de inovar e trazer para o seu dia a dia novas oportunidades.
Outro ponto a lembrar, é que a pirâmide etária tem alterado muito no Brasil. Tem aumentado a concentração da população entre as faixas com maior idade, permitindo, assim, oportunidades em áreas e serviços focados nesse público-alvo.
Que conselho você daria aos profissionais de administração que, neste momento, estão desempregados e encontram dificuldades de reinserção profissional? A mesma pergunta vale, também, para os estudantes recém-graduados.
Mantenha-se atualizado, pois a área da saúde está em constante transformação. A cada dia, novas técnicas e metodologias surgem no mercado e o gestor hospitalar precisa estar sempre atento e atualizado em relação a essas transformações.
Procure investir em cursos nas áreas de gestão, finanças e administração que sejam focados em serviços de saúde. Assim, você estará mais preparado para lidar com as especificidades desse mercado.
Se possível, adote uma postura analítica. Na maioria das posições de gestão, você deverá analisar dados quantitativos e qualitativos — para tomar decisões mais ágeis e assertivas —, propondo soluções com mais facilidade e baseando suas decisões em fatos e não em meras intuições.
Por último, tenha organização para que o trabalho seja desempenhado com qualidade, segurança e sem negligências. Isso poderá ser um diferencial também desse profissional. Hoje há, no mercado, diversos softwares e ferramentas de gestão que estão disponíveis e podem ser uma excelente maneira de se manter organizado.
Leia, também, a primeira parte da entrevista.
Por Leon Santos
Fonte: Assessoria de Comunicação – CFA