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Editorial RBA 138 – capacitação e inovação são as chaves para o êxito do Brasil

 capacidade de suportar e superar pressões externas — é sem dúvida uma das características mais requeridas durante esse período.

Além de aprender a reagir frente às dificuldades que se apresentam, diariamente, os profissionais deverão ainda fazer avaliação de como ele próprio está se portando no mundo e no mercado de trabalho — outrora chamado de futuro, mas que agora já faz parte do presente. Embora tudo pareça ter mudado por causa da pandemia, as revoluções industriais que a precederam provam que já havia outro acontecimento disruptivo em andamento.

Ao furtar-se de abraçar de vez as mudanças pelas quais o mundo tem passado, o Brasil perdeu o senso de oportunidade e deixou de participar, de modo voluntário, da Quarta e da Quinta Revolução Industrial. Em tempos de pandemia, caso tivesse abraçado antes as mudanças requeridas pelos novos tempos, as empresas brasileiras já estariam maciçamente na internet e as adaptações ao home office teriam sido menos traumáticas.

Mercado

Estabelecer novas alternativas de trabalho parece ser a nova tendência mundial. Por isso, as implicações (pontos fortes e fracos) do home office, e do teletrabalho em geral, precisam ser melhor avaliadas. Além do desempenho ou produtividade, a saúde dos colaboradores deve ser preocupação constante das organizações, em qualquer tempo.

A ‘síndrome de burnout’ tem crescido de forma acentuada e agressiva no mercado de trabalho brasileiro, a ponto de já haver discussões públicas, na sociedade e em âmbito político, sobre como ela deve ser tratada. Considerada uma pane ou exaustão física e mental, em razão de sobrecarga no trabalho, a síndrome pode instalar-se na incorreta separação de horários entre trabalho e lazer, em tempos de trabalho a distância.

Não à toa, aumentou a preocupação com as saúdes física e mental. Por vezes associada apenas à pandemia, o bem-estar além de ser condição fundamental para preservação da vida humana é fonte de fortaleza nos momentos difíceis e imprevisíveis.

Dada como certa a chegada de uma segunda onda da Covid-19 ao país, é preciso preparar-se de forma física e mental para os tempos atuais — e incertos enquanto não houver vacina ou cura. Contudo, nem por isso deve ser vista com medo, mas sim como estado de alerta ao uso da razão para resolver questões sanitárias e também como fonte de inspiração para valorizar o que de fato é importante para cada um e como renovação de si próprio e dos negócios.

Oportunidades

Inúmeras oportunidades surgiram durante o período de isolamento. Do e-commerce à Logística, produtos e serviços inovadores surgiram da união entre a necessidade da população e a oportunidade dada pelo momento e, com isso, a consequente demanda.

Chamada por muitos de indústria da Covid, o momento tem sido fundamental para reavaliar os planejamentos de marketing e dos demais setores das organizações. Nesse contexto, a estatística aplicada à Administração tem sido fundamental para moldar aplicações e serviços inteiros, tais como People Analytics e Big Data, que norteiam hoje o trabalho das empresas, sobretudo, de seus departamentos mercadológicos e de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Diante do novo contexto laboral, o conhecimento é condição sine qua non (essencial) da nova economia, em que as atividades intelectuais e técnicas terão maior peso do que atividades braçais, a serem realizadas por máquinas. Enquanto novas tecnologias como a quinta geração de internet móvel (5G) prometem um novo mundo, rodeado de inteligência artificial, o Brasil ainda não sabe o que fazer com relação ao seu próprio futuro.

Entrevistado nesta edição especial da RBA, que marca 55 anos da lei que regulamentou a profissão de administrador, falo sobre a importância de ter um projeto estratégico para o Brasil. Sem a definição de objetivos claros para o futuros, é inviável mobilizar esforços em prol de visões inócuas de mundo, que não levam em consideração o que nos rodeia e nos problemas nacionais existentes.

Por tudo isso, é preciso, pois, investir em conhecimento e atualização profissional para o país não ficar atrás em todos os quesitos. A inovação e o trabalho árduo são louváveis, e com infinitas possibilidades, mas encontram barreiras na falta de preparo que se traduz no termo educação.

Fonte: Adm. Mauro Kreuz – presidente do CFA